O América, também conhecido como América Mineiro ou Coelho, é um dos três times mais conhecidos do seu estado. Seu maior adversário histórico é o Atlético (com quem faz o Clássico das Multidões), também rivalizando fortemente com o Cruzeiro. O clube conta com uma das melhores categorias de base do país, revelando jogadores como Tostão, Alex Mineiro, Fred, Danilo e Richarlison.
É o proprietário da Arena Independência, sendo a única das três principais equipes belorizontinos a mandar seus jogos em domínio próprio, e também possuindo a terceira maior torcida em seu estado. Compartilha com o ABC do Rio Grande do Norte a façanha de obter dez títulos consecutivos em uma mesma competição, no caso de ambos, o campeonato estadual.
Suas maiores campanhas históricas são o 8º lugar no Campeonato Brasileiro em 2021 (obtendo uma classificação inédita para a Copa Libertadores da América) e o terceiro lugar na Copa do Brasil de 2020, superando adversários como Ponte Preta, Corinthians e Internacional, sendo eliminado nas semifinais para o posterior campeão Palmeiras.
História[]
Fundação, primeiros anos[]
Em abril do ano de 1912, um grupo de jovens da elite mineira tomaram a decisão de fundar um clube de futebol. No momento, ainda era um esporte em ascensão no cenário brasileiro, inspirando os garotos do bairro Funcionários. Entre as opções Arlequim, Guarany e Tymbiras, o nome América foi sorteado por Alda Meira, irmã de Adhemar de Meira, um dos fundadores.
As cores tradicionais tiveram origem em outro sorteio, e no ano seguinte, o preto foi incorporado figurando o calção dos jogadores. O primeiro presidente americano foi Afonso Silviano Brandão, formulando o elenco que também contou com jogadores do Atlético. A primeira vitória de destaque foi contra o rival alvinegro, pelo placar de 2 a 1.
Decacampeonato[]
Nos primeiros anos de futebol, o América se tornou o primeiro clube decacampeão do mundo, numa sequência de títulos consecutivos pelo Campeonato Mineiro que perdurou entre os anos de 1926 até 1925. Quatro anos após o feito, a equipe vendeu um antigo terreno de campo na capital para a compra de outro, localizado no bairro de Santa Efigênia e construindo o chamado Estádio da Alameda.
Protesto pelo amadorismo[]
Com o futebol profissional sendo implantado cada vez mais no estado, duas ligas disputavam o predomínio em Minas Gerais. Jogadores e torcedores da equipe alviverde, a favor da continuidade do futebol amador, passaram a adotar a cor vermelha no uniforme do time, mudança que durou por 10 anos.
Durante as décadas de 30 e 40, o Cruzeiro entrou em ascensão e acirrou rivalidades com o Atlético, momento em que os dois passaram a disputar a hegemonia do futebol mineiro. Nesse período, o América obteve três títulos do Torneio Início além de conquistas em cenário municipal, e o mascote Coelho surgia através das charges do cartunista Fernando Mangabeira.
Era Mineirão e o Torneio Quadrangular[]
Em 1948, o Estádio da Alameda passou por reformas, resultando no aumento de capacidade e melhorias em suas instalações. Um torneio realizado para a reinauguração, o Quadrangular de Belo Horizonte, reuniu as equipes Atlético Mineiro (anterior campeão estadual), São Paulo (campeão paulista) e Vasco da Gama (campeão sul-americano), e o decacampeão se sagrou vencedor da competição após vitória contra os cariocas seguida de empate com os conterrâneos de Belo Horizonte.
A conquista de outro Campeonato Mineiro após vinte e três anos de maneira invicta, após vencer o Atlético na final, impediu uma sequência de tricampeonato do adversário. Em um jogo acirrado, vitória pelo placar de 3-1 para os americanos consagrando um aproveitamento de 87,5%. Apesar do título, os anos seguintes foram marcados pela perda de condição do América de principal rival dos alvinegros para o Cruzeiro, principalmente por conta do início da Era Mineirão após conquista da Copa Libertadores pelo time celeste.
Em contrapartida, se tornou o primeiro clube brasileiro a contar com um jogador campeão da Copa do Mundo em seu elenco (os uruguaios Mendez e Gambetta, que antes jogavam pelo Nacional), durante uma excursão internacional. Foram 100 dias em viagens e jogos em diferentes países do oriente, em 1956.
Reestruturação[]
O início dos anos 80 foi o começo de uma fase nova para o América, com foco nos investimentos para categorias de base e contratação de bons jogadores para retomada de boas campanhas. Em 1992, o clube obteve acesso a primeira divisão nacional e conquistando mais um título estadual na temporada seguinte, em que fora novamente rebaixado para a Série B apesar da 16ª colocação em um torneio com 32 equipes. A diretoria alviverde tentou reverter o descenso na Justiça Comum, mas uma punição da CBF impediu a disputa de qualquer torneio sob sua organização para o time, com duração de dois anos.
Pela Copa Centenário de Belo Horizonte em 1997, um torneio que reuniu clubes de quatro países diferentes (Brasil, Itália, Portugal e Paraguai), o América obteve a segunda colocação no Grupo A, com três empates seguidos contra Atlético Mineiro, Corinthians e Milan, este último num confronto marcante para os torcedores, com empate do coelho arrancado nos acréscimos.
Crise, reviravolta e novos horizontes
As dificuldades financeiras e o time sem competitividade no começo dos anos 2000 desfavoreceu completamente a gestão e diretoria do clube, que sofreu dois rebaixamentos seguidos no Campeonato Brasileiro de Futebol. Sete anos depois, um inédito descenso para o Módulo II do Campeonato Mineiro após a última colocação na elite estadual confirmou o pior desempenho americano em toda a sua história.
Contudo, reformulações no elenco e o reaproveitamento de categorias de base permitiram retornos, tanto para a segunda divisão naciona quanto para a principal divisão mineira. Enquanto no ano de seu centenário a Arena Independência era reinaugurada num jogo de reabertura com vitória sobre o Argentinos Juniors, ocorria um período de seguidas temporadas variando entre primeira e segunda divisões nacionais.
Em 2020, o América alcançou pela primeira vez em sua história uma semifinal de Copa do Brasil após vencer o Internacional nos pênaltis, terminando a competição com o terceiro lugar. Alcançando o vice-campeonato na Série B do mesmo ano e o consequente novo retorno para a Série A, o coelho desbancou favoritismo de equipes tradicionais obtendo uma inédita classificação para a Copa Libertadores da América.
Marcas e Símbolos[]
Escudos[]
Único time belorizontino a jamais ter trocado seu nome, o América também nunca alterou seu escudo. Apesar disso, o Coelho aceita duas versões do escudo como oficiais, que divergem pela coloração. Uma possui letras verdes e fundo branco, enquanto a outra possui fundo verde e letras brancas, sendo as duas versões estilizadas no ano de 2017. No ano seguinte, alegando a mudança de patamar da equipe, o América alterou as estrelas acima de seu escudo e o significado destas. As características inerentes a esses escudos são:
- As iniciais "AFC" (América Futebol Clube) entrelaçadas.
- Estrelas e variações:
- Duas amarelas simbolizando os títulos da Série B de 1997 e da Série C de 2009.
- Duas prateadas significando as conquistas da Série B em 1997 e em 2017.
- Uma vermelha simbolizando o título da Copa Sul-Minas em 2000.
- Uma faixa em alusão ao deca-campeonato mineiro entre 1916 e 1925.
- A bandeira oficial tem fundo em três listras horizontais: branca e verde (cores originais), e preta (referência ao uniforme verde-negro, marca do clube). Também existe uma variação do escudo com dez estrelas interiores também fazendo alusão ao deca-campeonato.
Títulos[]
Nacionais | ||
---|---|---|
Competição | Títulos | Temporadas |
Campeonato Brasileiro | 1 | 1948 |
Campeonato Brasileiro - Série B | 2 | 1997 e 2017 |
Campeonato Brasileiro - Série C | 1 | 2009 |
Regionais | ||
Competição | Títulos | Temporadas |
Copa Sul-Minas | 1 | 2000 |
Estaduais | ||
Competição | Títulos | Temporadas |
Campeonato Mineiro | 16 | 1916, 1917, 1918, 1919, 1920, 1921, 1922, 1923, 1924, 1925, 1948, 1957, 1971, 1993, 2001 e 2016 |
Taça Minas Gerais | 1 | 2005 |
Campeonato Mineiro – Módulo II | 1 | 2008 |
Campeonato Paranaense do Interior | 13 | 1917, 1918, 1919, 1920, 1921, 1924, 1925, 1927, 1933, 1936, 1945, 1955 e 1957 |
Municipais | ||
Competição | Títulos | Temporadas |
Campeonato Extra da Cidade de BH | 1 | 1939 |